Estresse Térmico em Suínos
- ZooLog
- 3 de jan. de 2018
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A produção de calor corporal é resultado da atividade metabólica que varia de acordo com o peso ou tamanho do animal, nutrição, isolamento térmico e a temperatura do ambiente externo.
Os suínos são animais homeotérmicos, ou seja, que possuem a capacidade de manter constante a temperatura corporal, sua temperatura corporal varia entre 38,6 a 39,3ºC em condições normais, estritamente controladas dentro desta faixa pelo centro termorregulador localizado no hipotálamo.
Estes quando são expostos a um ambiente de temperatura inferior a corporal, tendem a dissipar seu calor para o ambiente até atingir o equilíbrio térmico, no entanto, se esse processo for contínuo a temperatura diminuirá até atingir níveis intoleráveis causando a morte do animal. Por outro lado, quando a temperatura ambiente está acima da temperatura crítica superior, tendem a receber calor do ambiente apresentando um quadro de estresse calórico.
Os animais dissipam calor sensível para o ambiente através da pele, por radiação, condução e por convecção. Se o animal não conseguir dissipar o calor excedente através dos mecanismos citados, a temperatura retal aumenta acima dos valores fisiológicos normais e desenvolve-se o estresse calórico.
Os suínos apresentam dificuldade de se adaptarem ao calor devido principalmente ao seu elevado metabolismo, a capa de tecido adiposo subcutâneo, seu sistema termorregulador pouco desenvolvido e limitada capacidade de perda de calor através da sudorese por apresentarem glândulas sudoríparas queratinizadas (Figura 1). Na epiderme encontra-se a camada de queratina que bloqueia a abertura do duto de suor. Na derme existe o tecido adiposo, que atua como reserva energética, protetora contra choques mecânicos e isolantes térmicos, a espessura do toucinho pode dificultar a dissipação do calor.

Em ambientes muito hostis, com elevados níveis de radiação solar e temperaturas, escassez de chuvas e solos secos, o comportamento animal é diretamente afetado levando a sua zona de desconforto. O estresse calórico, especialmente nas regiões tropicais, consiste em uma importante fonte de perda econômica na pecuária, tendo efeitos adversos como a redução na produção de carne e mudanças em sua composição, fisiologia da produção, reprodução, mortalidade de leitões e saúde dos plantéis.
De acordo com Rodrigues et al., (2010) o baixo desempenho produtivo de suínos, quando associado ao estresse calórico, deve-se principalmente à baixa ingestão de alimentos, a redução do consumo seria por consequência da ação inibidora do calor sobre o centro do apetite, devido ao aumento da frequência respiratória e redução da atividade do trato gastrointestinal, reduzindo a taxa de passagem

do alimento pelo tubo digestivo; à comportamentos anormais, tais como as estereotipias (movimentos repetitivos, enrolar a língua, falsa mastigação e mastigação de parte das instalações), a automutilação, o canibalismo, a agressividade excessiva e a apatia (inatividade excessiva). Comportamentos destrutivos, que causam lesões nos animais, tais como: as mordeduras e os vícios de sucção da cauda, orelha, flanco e vulva.

Referências:
BAÊTA, Fernando Costa; SOUZA, Cecília de Fátima. Ambiência em edificações rurais: conforto animal. 2. ed. – Viçosa, MG: Ed. UFV, 2010.
FERREIRA, Rony Antonio. Maior produção com melhor ambiente: para aves, suínos e bovinos. 2.ed. Viçosa, MG: Aprenda fácil, 2011.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física: Gravidade, ondas e termodinâmica. Tradução Flávio Menezes Aguiar, José Wellington Rocha Tabosa. 7. ed. Ed. LTC.
RODRIGUES, Edmundo. Conforto térmico das construções. Disponível em: < http://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/c/c6/Transmissao_de_Calor_em_Edificacoes.pdf>. Acesso em: 22 de mar. 2017.
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