Polvos: os Geniosos artistas da camuflagem
- ZooLog
- 2 de jan. de 2018
- 2 min de leitura

Entre as criaturas mais fantásticas que habitam o planeta terra se encontram os polvos. Estes moluscos são tão fascinantes que até hoje os cientistas não desmistificaram como os polvos conseguem controlar a tão sofisticada estrutura de seus tentáculos.
São seres muito inteligentes e especialistas nas táticas de camuflagem, mudando de cor em respostas ao perigo ou emoções.
Seus olhos possuem 50 mil receptores de luz por milímetro quadrado, o que lhes dá uma visão superior à humana, permitindo que eles enxerguem até mesmo no escuro.

Suas ventosas funcionam de maneira independente e cada uma está revestida com receptores de paladar e com células especializadas em captar odores. Em casos de perigo, são capazes de detectar os hormônios relacionados ao comportamento agressivo do atacante. Então, como mecanismo de defesa, lança um jato de tinta escura e viscosa, para confundir seus predadores, tanto na visão, quanto no olfato e, assim, despistar o agressor.
Com o mecanismo de propulsão o polvo vence a resistência da água e alcança cerca de 40 km/h, mesmo em pequenas distâncias. Raramente o agressor consegue ser mais rápido, mas se isso ocorrer, o polvo pode desprender um de seus tentáculos deixando-o entre os dentes do adversário para conseguir fugir. Este mecanismo de defesa não lhes causa prejuízos permanentes, já que, os tentáculos podem ser regenerados.
Sua principal tática de defesa é a camuflagem. Em menos de 30 segundos, ele é capaz de ficar da mesma tonalidade da areia ou de uma pedra, isto, graças às células especiais chamadas de cromatóforos que lhes permitem variar a cor rapidamente. Na pele espalham-se cerca de 2 milhões de cromatóforos, que obedecem a comandos nervosos, para trocar a cor do animal.
As cores são também usadas para se comunicar: tons berrantes funcionam como um aviso para outros polvos de que há um predador nas redondezas; manchas rosadas funcionam como atrativo sexual.
O sistema circulatório do polvo é fechado: o sangue circula dentro dos vasos sanguíneos. O transporte de oxigênio é auxiliado pelos pigmentos respiratórios. Em geral é a hemocianina, uma proteína que contém átomos de cobre em sua composição, sendo encontrada dissolvida na hemolinfa, que quando combinadas com moléculas de gás oxigênio, a hemocianina se torna azul, conferindo coloração azulada ao sangue do polvo.
Os polvos tem uma demanda enorme de oxigênio. O ser humano usa 7% do gás que chega aos pulmões; os moluscos aproveitam 98% do oxigênio que extraem da água.
Essa necessidade de oxigênio explica o tamanho dos polvos que vivem nas águas do oceano Pacífico: nas águas geladas, em que a concentração de gás é maior, esses animais alcançam 80 kg e tem em média 7 m de comprimento. Nos lugares de temperatura alta, como o Brasil, em que o oxigênio é mais escasso, eles têm fôlego para crescer apenas alguns centímetros.
Referências
LINHARES, Sergio; GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia Hoje: os seres vivos. 1. ed. São Paulo: Ática, 2010.
Transporte de O2. Só Biologia. Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/respiracao4.php>. Acesso em: 02 jan. 2018.
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